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Juventudes em rede nos Semiáridos da América Latina: intercâmbios e cartas políticas vêm fortalecendo a articulação entre territórios e conhecimentos das juventudes rurais.

Juventudes em rede nos Semiáridos da América Latina: intercâmbios e cartas políticas vêm fortalecendo a articulação entre territórios e conhecimentos das juventudes rurais.

Nos Semiáridos, as juventudes são guardiãs e promotoras das práticas e saberes da terra. Na perspectiva de conectar as diferentes realidades e temas que unem as juventudes rurais, desde 2019, a Plataforma Semiáridos juntamente com suas organizações membro e muitos aliados, possibilitam intercâmbios de conhecimentos entre jovens de diversos países, para abordar temas centrais nas discussões sobre sucessão rural e convivência com os semiáridos. A partir desse espírito, diversas ações e projetos deram início a um trabalho sistemático junto às juventudes desses territórios, permitindo-lhes que se conhecessem e reconhecessem suas conquistas e lutas em comum.

É com alegria que compartilhamos aqui os caminhos trilhados até agora!

 

Intercâmbios de Saberes nos Semiáridos da América Latina (2019)

Entre os dias 22 e 26 de julho, os estados brasileiros de Pernambuco e Paraíba receberam o Intercâmbio de Saberes nos Semiáridos da América Latina, com o tema “Juventudes e Agroecologia”. O evento reuniu mais de 100 pessoas, entre jovens, mulheres, agricultoras/es e técnicas/os de organizações comprometidos/as com o  desenvolvimento rural no Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Nicarágua, e El Salvador.

O Intercâmbio foi realizado em conjunto entre o Centro Sabiá, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Programa Semear Internacional, Plataforma Semiáridos da América Latina, Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Programa de Aplicação de Tecnologias Apropriadas (PATAC) e Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-PTA), e em parceria com a FUNDAPAZ, International Land Coalition, Terre des Hommes, Fundação Avina e Serviço Mundial de Igrejas (CWS).

Em formato de caravana, o intercâmbio percorreu mais de 400 km conhecendo 09 experiências de jovens agricultores/as, que promovem a agroecologia e a convivência com os territórios semiáridos. A troca de conhecimentos possibilitou o fortalecimento de organizações populares e das juventudes na luta por estratégias e tecnologias para a garantia de direitos e de seus modos de vida. 

No decorrer das atividades foi manifestado o desejo do grupo em criar um registro para reforçar as bandeiras de lutas, pelo que foi elaborada coletivamente a “Carta das Juventudes”, documento final que organizou o registro das atividades e das demandas compartilhadas entre a juventude participante. A carta foi lida no último dia, durante a VII Feira Agroecológica e Cultural da Juventude do Polo da Borborema, na cidade de Solânea – PB.

Entre as principais reivindicações estavam:

  • Contribuir para a criação de uma Rede de Juventudes dos Semiáridos da América Latina;
  • Promover o contínuo intercâmbio de saberes a partir da juventude;
  • Fortalecer as capacidades de jovens para sua atuação na garantia de Políticas Públicas direcionadas aos Territórios Semiáridos;
  • Trabalhar os temas prioritários como acesso à terra própria, regularização, titulação e crédito para os\as jovens, mulheres e povos originários; celebração e respeito às diferenças políticas, de credo, raça, orientação sexual, identidade étnica e de gênero, numa perspectiva de agroecologia com diversidade.

A partir deste marco, deu-se início a um processo de construção e fortalecimento de uma rede internacional de articulação entre as Juventudes dos Semiáridos da América Latina.

 

Programa de Estágios de Saberes entre os Semiáridos da América Latina (2020 – 2022)

Com a repercussão positiva do intercâmbio e a demanda das juventudes em continuar sua articulação, a aliança entre a Plataforma Semiáridos e o Programa Semear Internacional identificou na carta e na avaliação dos participantes, o desejo pelo aprofundamento do processo de aprendizagem, ampliação do tempo de duração dos encontros e melhores mecanismos de acompanhamento dos desdobramentos ou aplicação de conhecimentos.

Nesse sentido, em 2020, começou a ser desenhada uma proposta inovadora de trocas de conhecimento, com o objetivo de investir em jovens lideranças do meio rural, ampliando a aprendizagem entre pares de outros países, com maior tempo e condições de assimilação das tecnologias empregadas e as culturas de diferentes semiáridos. 

Surgiu, assim, o Programa de Estágios de Saberes pelos Semiáridos da América Latina, propondo selecionar jovens que pudessem ser acolhidos em outro país para vivenciar atividades e projetos exitosos em temas de seu interesse e em realidades similares às suas, para depois replicar os aprendizados em seu próprio país, território e comunidade.

Entre as organizações envolvidas nesta parceria estiveram o FIDA, ILC, IICA, Programa Semear Internacional, Centro Sabiá, CETRA, PATAC, ASPTA, IRPAA, JUM, CERDET, HUGO, FUNDAPAZ, PLURALES, GT de Juventude da ASA Paraíba e Comissão de Jovens Multiplicadores da Agroecologia, e o Serviço Mundial de Igrejas.

Para colocar as ideias em prática, as organizações parceiras criaram Comissões Nacionais de Jovens responsáveis por discutir cada uma das etapas do programa, chegando a consensos sobre seus interesses e pautas; e uma Comissão Internacional, formada por 14 jovens da Argentina, Bolívia, El Salvador e Paraguai, juntamente com 15 representantes de organizações apoiadoras, sendo a instância máxima de discussão e decisão das demais comissões. 

A partir de um processo de construção internacional, coletivo e de protagonismo das juventudes, foram selecionados 08 jovens e 5 jovens puderam concretizar vivência e estagiar em outro país, aprofundando as vivências nas comunidades e junto às organizações, somadas ao contato com a cultura de outro local, sua língua, natureza, formas de manejo, e trabalhos aplicados ao meio rural.

 

3º Programa de Formação em Agricultura Resiliente ao Clima: DAKI-Juventudes (2023)

Em 2020, uma aliança inovadora entre a sociedade civil e organismos das nações unidas iniciou um dos maiores processos de intercâmbio entre regiões semiáridas da América Latina. Nascia o Projeto DAKI – Semiárido Vivo, iniciativa apoiada pelo Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e realizada por duas redes de organizações da sociedade civil: a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e a Plataforma Semiáridos da América Latina. 

Pautado na Gestão do Conhecimento e na Cooperação Sul-Sul, o projeto teve como objetivo contribuir no enfrentamento às mudanças climáticas em três regiões semiáridas da América Latina: Corredor Seco Centroamericano (CSC), Grande Chaco Americano (GCA) e Semiárido brasileiro (SAB), através da identificação e sistematização de experiências, processos de formação e intercâmbios de conhecimentos em práticas e estratégias de Agricultura Resiliente ao Clima (ARC).

Em seu percurso de 4 anos, o projeto DAKI-Semiárido Vivo desenvolveu uma série de ações, tendo como resultado a sistematização de 55 experiências latinoamericanas, e três processos de formação entre agricultores(as) e técnicos(as) dos semiáridos. O 1º Programa ocorreu em formato EAD em 2022 e contou com a participação de 1945 pessoas. O 2º Programa em Agricultura Resiliente ao Clima aconteceu durante o ano de 2023, no formato de intercâmbios territoriais presenciais, nas três regiões.

Já o 3º Programa de Formação em Agricultura Resiliente ao Clima, foi voltado para as juventudes, e aconteceu como continuidade dos processos iniciados nos Intercâmbios de Saberes nos Semiáridos da América Latina. O DAKI – Juventudes teve como objetivo impulsionar as redes de jovens nas regiões semiáridas da América Latina, a partir da identificação e visibilidade de experiências, discussão e experimentação de novas práticas e promoção de políticas públicas.

O programa contou com quatro etapas formativas, sendo essas: oficinas temáticas virtuais, com a participação de mais de 100 jovens das três regiões semiáridas; encontro de saberes para compartilhamento de experiências; dois intercâmbios presenciais envolvendo 50 jovens das três regiões, na Argentina e no Brasil; e o Seminário Virtual Final.

O Daki-Juventudes reacendeu a articulação das juventudes semiáridas e abriu espaços de diálogo e intercâmbio sobre temas centrais como a auto-organização, diversidade, resistência, segurança alimentar e geração de renda para as juventudes. Como fruto desse processo, a carta anterior foi revisada, atualizada, e lançada uma nova “Carta das Juventudes” em março de 2024, trazendo novas perspectivas de luta e pautas, dentre as principais:

  • Preservar e manter viva a identidade e o sentimento de pertencimento ao território;
  • Celebrar e respeitar as diferenças políticas de credo, raça, orientação sexual, identidade étnica e de gênero, além do combate a qualquer prática discriminatória;
  • Visibilidade de experiências agroecológicas das juventudes nos diferentes espaços;
  • Fortalecimento da educação contextualizada para a Convivência com os semiáridos

A carta trouxe ainda recomendações para políticas públicas, e reivindicou a garantia de espaços de manifestação das juventudes dos Semiáridos para a entrega da Carta das Juventudes, como o Encontro Nacional da ASA – ENCONASA no Brasil.

Em dezembro de 2024, essa reivindicação foi atendida durante o X ENCONASA, o maior evento do Semiárido brasileiro, onde são discutidas políticas públicas pautadas na proposta de convivência com os territórios. Nesta edição, que teve como tema “Semiárido Vivo: por justiça socioambiental e democracia participativa”, foi realizada uma plenária autogestionada das juventudes, com participação de 40 jovens e representação de outros países, lendo a carta de recomendações e dando continuidade ao diálogo e articulação internacional.

 

2025: Trilha Formativa Juventudes Semiáridos rumo à COP 30

Em 2025, com o apoio e parceria de Terre Des Hommes Suisse (TDH) e do Observatório do Clima, daremos mais um passo com a trilha formativa “Juventudes Semiáridas”: uma capacitação para 300 jovens rurais da América Latina, que reunirá uma formação online e intercâmbios presenciais, em preparação para a COP30. 

O projeto busca fortalecer a organização em rede e a capacidade de incidência dessas juventudes em espaços de tomada de decisão, garantindo que suas vozes ecoem e suas mensagens cheguem aos processos de discussão globais, visando gerar compromissos com a justiça climática e a agroecologia, de forma contextualizada às realidades semiáridas.

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